Ensino Superior e Povos Indígenas na América Latina: do “Diálogo de Saberes” à construção de “modalidades sustentáveis de Colaboração Intercultural”
Palavras-chave:
universidade, ensino superior, povos indígenas, diálogo de saberes, colaboração interculturalResumo
Nas últimas três décadas, as lutas e iniciativas dos povos indígenas em vários países latino-americanos têm dado lugar à criação de universidades e outros tipos de instituições de ensino superior. Algumas foram estabelecidas e são geridas por organizações destes povos, outras foram criadas por agências governamentais. Foram também instituídos diversos tipos de programas especiais, em alguns casos através de convénios entre organizações indígenas e universidades “convencionais”, noutros como unidades académicas no interior destas últimas, ou ainda sob a forma de programas especiais de quotas, bolsas e/ou apoio académico e psicossocial. Algumas destas experiências lograram desenvolver “modalidades sustentáveis de colaboração intercultural”, outras estão a construí-las, outras continuam a tentá-lo, enquanto outras não passam de invocar a expressão “diálogo de saberes” sem conseguir os avanços esperados. Baseado em estudos sobre aproximadamente uma centena de experiências destes tipos em onze países latino-americanos, bem como em aprendizagens derivadas do acompanhamento de algumas delas e de intercâmbios con suas equipes de trabalho, este artigo oferece algumas reflexões sobre as dificuldades, conflitos e desafios que se apresentam no avanço do tantas vezes invocado “diálogo de saberes” para “modalidades sustentáveis de colaboração intercultural” em docência, investigação e/ou extensão.
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