A afrodescendência na Venezuela: entre o reconhecimento legal e a negligência político-social

Autores

  • Esther Pineda Investigadora independiente

Palavras-chave:

afrodescendência, discriminação racial, reconhecimento étnico, Venezuela

Resumo

A Venezuela, apesar de ser um país multicultural e multiétnico, é tradicionalmente reconhecida, apenas, como um país de origem europeia; às vezes, aceita com apreensão sua herança indígena, mas nunca seu passado africano. Durante décadas, o país caribenho manteve uma política de migração que esteve de portas abertas para os provenientes da Europa e dos países europeizados da América do Sul, como Argentina, Chile e Uruguai, com o objetivo de branquear a população e avançar no processo de desafricanização da sociedade venezuelana. Esta narrativa foi acompanhada pela invisibilização sistemática das pessoas afrodescendentes na mídia, bem como, sua exclusão e sub-representação nos espaços educacionais, trabalhistas, políticos e culturais. Assim, o que este artigo se propõe a mostrar é que, com base nestes fatos, construiu-se uma narrativa na qual não havia população afrodescendente na Venezuela e a pequena população presente foi atribuída à migração indesejada de países como Colômbia, Haiti e República Dominicana. Esta perspectiva teve consequências a longo prazo, o que significou que a negação da afrodescendência se transformou em uma invisibilidade estatística, mas, também, em negligência política, social e jurídica, que continua a ser sofrida pela maioria.

Biografia do Autor

Esther Pineda, Investigadora independiente

Buenos Aires / Argentina
estherpinedag@gmail.com

Publicado

2022-08-23

Como Citar

Pineda, E. (2022). A afrodescendência na Venezuela: entre o reconhecimento legal e a negligência político-social. Tramas/Maepova, 7(1), 173–188. Recuperado de http://revistadelcisen.com/tramasmaepova/index.php/revista/article/view/196