Configurações de identidade dentro do sistema escolar

Resumo

Neste artigo desenvolvo algumas breves reflexões teóricas sobre o lugar da escola nos processos de reconhecimento étnico. Retomando uma experiência de extensão universitária e de investigação numa escola primária rural na província de Salta, Argentina, analiso algumas inter-relações entre as configurações de identidade e de alteridade. Por um lado, concentro-me nos processos simbólicos que as instituições educativas desenvolvem e através dos quais configuram o hábito dos sujeitos que por elas passam, tendo em conta a interação de poderes que reafirmam a hegemonia. Por outro lado, a escola é analisada como um espaço de múltiplos significados que configuram um “quotidiano escolar” que vai além dos dispositivos estabelecidos pelo Estado e que imprime singularidade em cada experiência. Nesta perspectiva, propõe-se entendê-lo como um instrumento capaz de abraçar as lutas indígenas, ou seja, como um instrumento de resistência.