Mulheres migrantes num país em crise
Palavras-chave:
mulheres migrantes, a Itália, o trabalho domésticoResumo
Quais são os problemas que a população migrante, e especialmentes as mulheres migrantes, enfrentam em Itália desde o início da crise económica, reforçada pelas políticas de austeridade impostas pela liderança alemã da União Europeia? Dados recentes mostram que o desemprego está a crescer entre estrangeiros, tendo atingido o número de 318.000 pessoas no segundo semestre de 2012 e 385.000 no primeiro semestre de 2013, num total de 2.334.000 estrangeiros ativos. Além disso, estes dados indicam que a percentagem de desemprego é agora mais alta entre os estrangeiros que entre os italianos: esta é uma tendência crescente, até 2010 ocorria o contrário (Ministério do Trabalho, 2013). Ao mesmo tempo, a procura no setor do trabalho doméstico, após um breve e limitado decréscimo em 2010 e 2011, está a crescer. Há razões estruturais para este paradoxo A procura no serviço doméstico é uma consequência da ausência de serviços públicos para as crianças e, especialmente, para os idosos. Nos últimos vinte anos, o trabalho doméstico interpessoal adquiriu um papel crucial nos cuidados a idosos, respondendo a um problema demográfico específico, uma população envelhecida. Os serviços pessoais, muitas vezes em situação de co-residência com o empregador, sem autonomia residencial, têm empregado maioritariamente estrangeiros, principalmente mulheres. Em 2012, os estrangeiros representavam quase metade da população empregada em serviços pessoais: 467.565 num total de 982.975 (47,6%) (Ministério do Trabalho, 2013). Estes números dizem respeito a migrantes com um contrato formal, mas é sabido que o setor se caracteriza pelo trabalho informal e indeclarado. Consequentemente, o número de estrangeiros empregados no serviço doméstico é decerto mais alto.
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