As sociedades de controlo e a agitação dos corpos

Autores

  • Graciela Svorcan Universidad Nacional de Córdoba. Argentina

Palavras-chave:

sociedades de controlo, corpo, subjetivação, psicanálise

Resumo

Este trabalho propõe um entrecruzamento de duas perspetivas teóricas que abordam a problemática humana na contemporaneidade: a psicanálise e a tese de Gilles Deleuze sobre as sociedades de controlo. Estas caracterizam-se por impor aos sujeitos uma constante modificação de condutas, pensamentos, atitudes, etc., processo que Deleuze denomina “modulação” e que se opõe à “moldagem” disciplinar descrita por Foucault e não necessita do “encerramento” para funcionar. A vigilância exerce-se não sobre os corpos mas sobre a “informação”, com o próprio sujeito a participar ativamente na mesma. Argumentamos que esta fragilização das identificações em resultado destes modos de controlo provocam sofrimentos, angústias e novos sintomas tanto no corpo como nas subjetividades. A partir da psicanálise, proponho interrogar as respostas particular que tomam o “corpo” como suporte fundamental, especialmente nas modalidades de tatuagens e piercing. Para a psicanálise, o corpo é fundamental na constituição da subjetividade e cimento da sua arquitera. Reservatório nunca abandonado da carga libidinal e lugar em que se escreve o impossível de dizer. Constituem as tatuagens e os piercings modos de apropriação de um corpo sentido como única permanência num mundo atravessado pelo efémero? Serão uma “obra” pessoal irrepetível que tenta deter o extravio subjetivo? Ou, talvez, formas de tratar uma alegria vivida como invasiva, enigmática e fragmentadora? Eis algumas hipóteses que gostaria de colocar em discussão, com a esperança de que tenham ressonância noutros campos de investigação.

Biografia do Autor

Graciela Svorcan, Universidad Nacional de Córdoba. Argentina

Universidad Nacional de Córdoba. Argentina

susvorkan@hotmail.com

Publicado

2015-04-01

Como Citar

Svorcan, G. (2015). As sociedades de controlo e a agitação dos corpos. Tramas/Maepova, 3(1), 41–51. Recuperado de http://revistadelcisen.com/tramasmaepova/index.php/revista/article/view/95