Interculturalidade neoliberal ou Neoliberalismo intercultural?

Autores

  • María Dolores Bazán Universidad Nacional de Salta. Argentina

Palavras-chave:

interculturalidade, neoliberalismo, Educação Intercultural Bilingue, povos indígenas

Resumo

Importa, no presente artigo, abordar os múltiplos significados e usos atribuídos ao termo interculturalidade, entendendo-o como um objeto construído historicamente na trama de um complexo de relações políticas, económicas, sociais e culturais. A interculturalidade não é um conceito nem uma simples formulação interpretativa, antes referindo-se a “um postulado e uma maquinaria, um aparato discursivo” (Cavalcanti-Schiel, 2007) Partimos de um fato aparentemente paradoxal: durante os anos 90 do século XX, década da consolidação do poder financeiro mundial e durante a qual se produz a expansão do neoliberalismo como matriz económica e forma de governo provocadoras de crises, violência, fraturas graves em quase todos os países da região e formas de exclusão cada vez mais aberrantes, introduz-se ao mesmo tempo e de modo contraditório todo um conjunto de reformas, incluindo a nova redação da constituição na Argentina, que reposiciona o problema indígena e em particular o problema da educação, criando estratégias educativas (programas e projetos de Educação Intercultural Bilingue, ou EIB) apresentadas como capazes de contribuir para a superação da exclusão histórica e como reafirmação dos projetos etnopolíticos de alguns povos indígenas.

Biografia do Autor

María Dolores Bazán, Universidad Nacional de Salta. Argentina

Centro de Investigaciones Sociales y Educativas del Norte argentino
Universidad Nacional de Salta. Argentina
sacchibazan@gmail.com

Publicado

2014-10-01

Como Citar

Bazán, M. D. (2014). Interculturalidade neoliberal ou Neoliberalismo intercultural?. Tramas/Maepova, 2(3), 15–39. Recuperado de http://revistadelcisen.com/tramasmaepova/index.php/revista/article/view/85